FONTE: Livro Taba dos Anacés / Overlan G. Correia.
segunda-feira, 29 de maio de 2023
A SEDE DO MUNICÍPIO - Emancipação Política
O município possui a zona rural e a zona urbana. Um mesmo município pode ter várias cidades, também chamadas de distritos, de forma que o nome do município será o mesmo da cidade principal ou distrito sede, e é nesse distrito que se encontra a administração ou prefeitura.
Os exploradores iniciaram o povoamento construindo casas, instalando fazendas e sítios, especialmente nas localidade de Siupé e Parazinho que, pela Lei nº 1.020 de 14 de novembro de 1862, era transformado em Distrito, condição que manteve por força do Ato Provincial de 6 de julho de 1863.
Acontece, porém, que os outros povoados foram se desenvolvendo economicamente e politicamente, travando-se acirrada disputa entre os mandatários de Paracuru e Trairí pela localização da Sede. Trairí venceu.
(...)
As famílias Martins e Alcântara cresceram e se tornaram proprietárias de grandes fazendas, intensificando-se, em função disso, o povoamento dos lugares próximos ao Núcleo de São Gonçalo.
A Sede de Município continuava, porém, na Vila de Paracuru.
Os fatos políticos se sucederam e o prestígio das famílias Alcântara e Martins era crescente. Porém, somente a 17 de agosto de 1921, através da Lei Estadual nº 1.841, São Gonçalo era elevado à categoria de Vila e Sede do Município com denominação de "São Gonçalo", em obediência à Lei Estadual nº 1.936 de 12 de novembro do mesmo ano.
(...)
Novas forças políticas começam a surgir em São Gonçalo, a essa época já contando com o prestígio do Sr. Raimundo Nonato da Silva, conhecido como Coronel Doca Praíba, homem rico e honesto, próspero comerciante e político astuto que, ao lado de Neco Martins, Procópio de Alcântara e mais outras forças políticas jovens, conseguiu que a Sede voltasse a São Gonçalo, conforme estabeleciam as Leis nºs 1.841 e 1936 citadas.
Na reforma administrativa, levada a efeito no Quadro Territorial do Estado, em 1931, no Governo do Dr. Manoel do Nascimento Fernandes Távora, a Sede do Município foi reconduzida para a povoação de Paracuru, lá permanecendo até 1935, quando o Decreto nº 64, de 7 de agosto, mais uma vez fixou a Sede do Município em São Gonçalo.
No quadro anexo ao Decreto-Lei nº 169, de 31 de março de 1938, ficou estabelecida a dimensão territorial do Município, com os seguintes Distritos: São Gonçalo, Pecém, Paraipaba (antiga passagem do Tigre), Trairi, Serrote, Mundaú, Siupé e Umarituba, que foi desmembrado de Soure, hoje Caucaia, nos termos do Decreto-Lei nº 448, de 20 de dezembro do mesmo ano.
Levanta-se um movimento no sentido de mudar o topônimo "São Gonçalo" para Anacetaba, em homenagem à tribo dos "Anacés", índios que habitavam o território, no início das penetrações do homem branco, o que foi conseguido em face do Decreto-Lei nº 1.114 de 30 de dezembro de 1953, quando a Lei nº 1.153 deu ao Município a denominação de "São Gonçalo do Amarante" e concedeu emancipação política aos Distritos de Paracuru e Trairi, anexando o distrito de Paraipaba a Paracuru e Mundaú a Trairi.
A mudança do topônimo São Gonçalo para Anacetaba foi também em decorrência de Municípios com o mesmo nome.